O Brasil enfim começa a dar importantes passos na dura jornada que o Ministério da Saúde tem adiante: imunizar uma população de mais de 210 milhões de habitantes distribuída em um território continental. A expectativa é de que as primeiras aplicações comecem ainda neste mês ― São Paulo mantém a previsão para o dia 25 de janeiro, e o Governo federal agora sinaliza que deve empurrar a campanha nacional para o dia 28. Mas o desafio logístico é imenso e as perguntas sem resposta ainda são muitas. Isso porque o volume de imunizantes no horizonte ainda é pequeno. Também preocupa a velocidade com que as vacinas deverão chegar aos municípios mais longínquos, assim como a definição de detalhes operacionais em uma campanha mais sensível e que pode ter maiores problemas de segurança. A reportagem de Beatriz Jucá explica quais são as barreiras de ainda se impõem entre os brasileiros e a imunidade contra a covid-19. Com a lentidão de resposta do poder público e a angustia de quem viu o Brasil ultrapassar a dramática marca de 200.000 mortos pelo novo coronavírus na última semana, cresce o interesse do setor privado em comercializar a vacina, o que pressiona ainda mais o SUS e preocupa especialistas. “A vacinação só vai funcionar no Brasil se ela for pensada no sentido do coletivo. As pessoas podem pagar pelas vacinas para suas famílias, mas nem elas estarão protegidas se a população não estiver vacinada”, afirma infectologia Denise Garrett, atual vice-presidenta do Sabin Vaccine Institute (Washington, EUA). Em entrevista por telefone ao EL PAÍS, ela afirma que a participação do setor privado no atual momento da pandemia enfraqueceria a eficácia da imunização coletiva no Brasil. “Toda vacina que for para o setor privado estará sendo tirada do setor público.” Nos Estados Unidos, aumenta a pressão para tirar Donald Trump da Casa Branca, apesar da capitulação do presidente na noite de quinta-feira, quando admitiu a derrota para o democrata Joe Biden. Nancy Pelosi, presidenta da Câmara dos Representantes e líder dos democratas, pediu nesta sexta-feira a renúncia imediata do republicano e alertou que, caso Trump não saia, o Congresso o submeterá a um segundo processo de impeachment. Enquanto isso, o FBI pede ajuda a sociedade civil, principalmente testemunhas do ataque ao Capitólio, para identificar os autores da invasão ao Capitólio. O ataque provocou a morte de cinco pessoas, entre elas, Brian D. Sicknick, um policial veterano da guerra do Iraque, que fazia a segurança do local quando foi atingido por manifestantes com um extintor de incêndio, e Ashli Babbitt, uma trumpista veterana das Forças Armadas que foi baleada. A correspondente Maria Antonia Sánchez-Vallejo explica quem são as pessoas que compõem os grupos extremistas a meio caminho entre corrente cultural e milícia, e cuja doutrina partidária favorável a provocar uma guerra civil viveu a sua consagração em 2020. |
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