No mesmo dia em que superou marca de 200.000 mortes, se tornando o segundo país do mundo a romper essa barreira, depois dos Estados Unidos, o Brasil tem ao menos uma boa notícia: a Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em conjunto com o Instituto Butantan, apresentou 78% de eficácia contra a covid-19 no ensaio desenvolvido no país e patrocinado pelo Governo de São Paulo, segundo as autoridades de saúde do Estado. O imunizante, alçado ao centro da disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria, também foi capaz de garantir proteção total contra mortes nos voluntários vacinados que contraíram a doença, conforme já vinha destacando o Governo paulista. Embora ainda faltem detalhes técnicos sobre o estudo, foi um ponto a comemorar na acidentada trajetória brasileira contra a pandemia. Até o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, baixou o tom anunciando a compra da Coronavac, lamentando as mortes e prometendo vacinação ainda antes de São Paulo, em 20 de janeiro. A pasta anunciou um contrato com o Instituto Butantan para adquirir todas as 100 milhões de doses que o órgão produzir em parceria com o laboratório chinês Sinovac, anúncio que pegou de surpresa até políticos vinculados à gestão Doria. “Parece uma corrida em que estamos sendo sabotados. Engatamos a quarta marcha, pronto para ganhar mais velocidade, quando o Governo engata a primeira e leva todo o nosso estoque de vacinas. Fomos pegos de surpresa”, disse um político com acesso ao governador ao repórter Afonso Benites. Mas trâmites burocráticos, como a apresentação do pedido de uso do imunizante e sua aprovação pela Anvisa, podem postergar os planos da gestão Bolsonaro para 10 de fevereiro ou para as primeiras semanas de março. O percurso até a vacinação é bastante longo, e, por ora, a realidade do país está mais próxima do drama vivido por Manaus. O segundo colapso do sistema de saúde da capital é o símbolo do um país que não aprendeu as lições da pandemia. Cento e nove pessoas foram sepultadas em um único dia em Manaus. Dezenove pessoas morreram em casa. As mortes fora do ambiente hospitalar mostram o tamanho do problema: sem vagas na rede privada e com a rede pública operando com média acima de 90% de taxa de ocupação de leitos de UTI e leitos clínicos nas duas últimas semanas. Os Estados Unidos viveram um dia infeliz em 6 de janeiro, quando centenas de pessoas, incitadas por Trump, invadiram o Capitólio por mais de quatro horas e colocaram a democracia em xeque. Nossos correspondentes e analistas contam mais sobre quem são as pessoas envolvidas no ataque, como a ação foi planejada e as consequências dos atos de violência: enquanto líderes democratas pressionam por destituição imediata de Trump, ele promete transição pacífica. |
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