terça-feira, 5 de janeiro de 2021

“Não estou mais preparada para ver tanta gente morrer”: a exaustão nas equipes de saúde na pandemia

 



O agravamento da pandemia de coronavírus se impõe no Brasil nestes primeiros dias de 2021. O país soma 196.018 mortes e 7.733.746 contágios pela doença, e começa o ano com a perspectiva de que a situação se agrave devido às grandes festas e aglomerações que ocorreram no Natal e no Réveillon.


A pandemia teve um impacto profundo na vida de todos, mas atingiu em cheio enfermeiros, médicos e outros profissionais da saúde. “Estou exausta. Não estou mais preparada para ver tanta gente doente morrer. Estou prestes a pedir exoneração”, afirma a enfermeira Luciana Martinez, 42 anos, que trabalha em dois hospitais de São Paulo na linha de frente de combate à covid-19. O repórter Gil Alessi mostra que estafa mental e física tem obrigado cada vez mais profissionais a tirarem o pé do acelerador para garantir mais tempo fora dos hospitais.


Enquanto isso, os Estados sofrem as consequências do descontrole, mostra a reportagem de Felipe Betim. Amazonas, um dos mais afetados pela pandemia ainda em seus primeiros meses, voltou a registrar um rápido aumento no número de casos e mortes e começa a semana com o fechamento total de seus serviços não essenciais por ao menos 15 dias.


Pelo mundo, o ano não parece ter virado para Donald Trump, que, às vésperas de deixar o comando dos Estados Unidos, com a posse de Joe Biden marcada para 20 de janeiro, ainda luta para anular a sua derrota nas urnas. O mais recente e grave movimento foi uma longa ligação telefônica em que o atual presidente pressionou o secretário de Estado da Geórgia, o republicano Brad Raffensperger, para que “encontrasse” os votos suficientes que revertessem a vitória de Biden —embora a Justiça tenha rechaçado suas acusações de fraude. “Só quero achar 11.780 votos, que é um a mais do que temos. Porque ganhamos esse Estado”, diz Trump na gravação obtida pelo The Washington Post.


A Disney voltou a marcar sua força no Natal com a estreia de Soul em sua plataforma de streaming. A animação produzida pela Pixar conta a história de Joe, um músico negro que após morrer tem a chance de voltar à vida e fazer seu grande show —mas antes precisa ajudar uma alma jovem a ser completa para viver. Alguns críticos dizem que o filme é complicado para as crianças por trabalhar um tema abstrato como a alma. “Em que momento a Pixar esqueceu que seus filmes, às vezes, também são vistos por crianças?”, provoca Begoña Gómez Urzaiz. Já para Nuria Labari, a narrativa funciona ainda melhor para as mentes que ainda não foram esmagadas pelo trabalho, o dinheiro e as conquistas. “É deslumbrante do início ao fim, tanto pela técnica como pelo roteiro, que luta para explicar nada menos que o sentido da vida”, opina.


E para saber o que esperar de 2021, indicamos dois caminhos de imaginação. A primeira é são as ideias de Peter Turchin, acadêmico norte-americano que, como um Nostradamus, escreveu em artigo de 10 anos atrás que 2020 colocaria as sociedades ocidentais à beira do precipício. A segunda trilha são as cartas: seguimos as instruções de Salvador Dalí para tirar o tarô, e isto é o que ele diz sobre os próximos 12 meses.


Agravamento da pandemia se impõe no Brasil nos primeiros dias de 2021
Agravamento da pandemia se impõe no Brasil nos primeiros dias de 2021
Amazonas inicia o ano com fechamento de serviços não essenciais determinado por Justiça, enquanto cidade do Rio busca leitos de hospitais privados. Já São Paulo, com internações em alta, reabre após recesso
“Não estou mais preparada para ver tanta gente morrer”: a exaustão nas equipes de saúde na pandemia
“Não estou mais preparada para ver tanta gente morrer”: a exaustão nas equipes de saúde na pandemia
Após um ano massacrante, profissionais da Saúde lidam com cansaço mental e físico, sem previsão de um alívio em meio à alta de casos da doença no Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário