Depois de dias de pressão pela falta de transparência, o anúncio: é de 50,38% a eficácia global da Coronavac, a vacina do paulista Instituto Butatan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. A taxa, que atende aos requisitos da OMS, é apontada por especialistas como um alento para que o Brasil consiga, enfim, começar a imunização da população. O imunizante tem várias vantagens: é barato e de fácil armazenagem e transporte. A questão é que, para ser efetivo na proteção da população em geral, terá de haver vacinação em massa e o mais rápido o possível, um desafio que depende de um pressionado e criticado Ministério da Saúde, conta Beatriz Jucá. “A efetividade desta vacina no mundo real vai depender da [nossa capacidade de] vacinação”, disse Natalia Pasternak, presidenta do Instituto Questão de Ciência. Já Felipe Betim analisa como o afã do governador João Doria de, mirando 2022, explorar apenas os dados mais positivos da vacina em uma divulgação parcial na semana passada acabou se revelando uma sucessão de erros que deu mais fôlego a movimentos antivacina e a seus inimigos bolsonaristas. Apesar dos percalços não só no Brasil, mas na América Latina, o esforço científico inédito empenhado para desenvolver em tempo recorde imunizantes eficazes contra o novo coronavírus abre caminhos para outras boas notícias. Há poucos dias, a equipe que desenvolveu a primeira vacina eficaz contra o coronavírus, a do laboratório alemão BioNTech, publicou um estudo que exemplifica o potencial da técnica que utiliza o RNA mensageiro: reverter em animais uma doença para a qual não há cura, a esclerose múltipla. Nos EUA, Donald Trump fez sua primeira aparição pública desde o ataque ao Capitólio. Prestes a se tornar o primeiro presidente a ser submetido a dois impeachments, o mandatário viajou para a fronteira com o México para se vangloriar das obras de ampliação do muro contra imigrantes e, desafiador, fez ataques: “A 25ª emenda não é um risco para mim, mas pode se voltar contra Joe Biden. Como diz o ditado: tenha cuidado com o que deseja”. Para ler com calma, uma conversa com a socióloga franco-israelense Eva Illouz, estudiosa do impacto do capitalismo nas nossas relações amorosas. Em entrevista ao EL PAÍS, ela fala sobre seus mais recentes ensaios e sobre o sexo de hoje que, para ela, cria novas desigualdades sociais. “O Tinder e o Instagram se tornaram a nova lei do mercado. [...] A partir dos anos 70, o capitalismo entendeu que o mercado de bens materiais é limitado por definição ―não se pode comprar cinco geladeiras ao mesmo tempo―, e que a única coisa que possibilita o consumo infinito é o corpo e as emoções. Essa crescente sexualização se produz em um contexto em que o indivíduo se torna uma mercadoria. Hoje nos consumimos uns aos outros e mostramos o espetáculo de nossos próprios corpos aos outros”. | |||||
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
Eficiência prática da Coronavac depende de vacinação ampla na população
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