quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

MP pede prisão de prefeito de Manaus

 O Ministério Público do Amazonas pediu a prisão e o afastamento do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e da secretária municipal de Saúde, Shadia Fraxe, por irregularidades e favorecimento a aplicação de vacinas na cidade. Na ação, o MP lista pelo menos seis funcionários do alto escalão da prefeitura, incluindo a própria Fraxe, e mais três pessoas como tendo furado a fila, que chegou a ser suspensa. A Justiça, então, obrigou a prefeitura a divulgar diariamente a lista de vacinados e suspendeu a distribuição de novas doses de imunizantes.

Então... Após a crise da Covid-19 ter causado mil mortes em oito dias no Amazonas, o Ministério da Justiça abriu um processo para investigar se houve abuso na venda de oxigênio hospitalar no estado. A White Martins, responsável pelo fornecimento do gás a Manaus, havia alertado o Ministério da Saúde sobre o iminente colapso seis dias antes do desabastecimento. Apesar disso, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo não sabia da situação e fez além do que “era obrigado a fazer” durante a crise. (Folha)

Longe do Amazonas, a guerra das vacinas continua. Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, disse que a instituição pode exportar para países vizinhos 54 milhões de doses da CoronaVac, caso o governo federal não indique a compra dos imunizantes até este fim de semana. O Ministério da Saúde, porém, informou que o contrato firmado com a instituição prevê que a compra de um novo lote, além dos 46 milhões de doses já adquiridos, pode ser feita até abril. (Estadão)

Cientistas criticam a posição do governo federal. Segundo eles, mesmo com a previsão contratual, é importante garantir logo o maior número de doses para a população. Márcio Bittencourt, do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP, lembra que o Brasil precisará de mais 400 milhões de doses para imunizar toda a população, mas não tem sequer 100 milhões garantidas.(Globo)

Mas essas são vacinas que ainda precisarão ser fabricadas. Com as que tem agora, o governo de São Paulo quer adiar a segunda dose para aplicar a primeira em mais pessoas, mas precisa de autorização do Ministério da Saúde.

Josias de Souza: “A inépcia e o negacionismo de Bolsonaro fizeram da CoronaVac uma vedete no espetáculo da imunização no Brasil. A aposta na vacina do laboratório chinês Sinovac elevou a estatura política de João Doria. A tal ponto que alguma coisa lhe subiu à cabeça. E não foi juízo. Abespinhado com a demora da União em formalizar a encomenda de novos lotes da vacina, o governador de São Paulo acena com a hipótese de exportar as doses excedentes. Para um político convencional, enviar vacinas para imunizar estrangeiros seria um grave erro. Para um presidenciável como Doria, seria suicídio político.” (UOL)

O Brasil ultrapassou as marcas de 220 mil mortos e 9 milhões de infectados pela Covid-19. Na quarta-feira foram registrados 1.319 óbitos, com tendência de alta em nove estados: MG, GO, MT, AC, AM, RO, RR, CE e PI.

E o temor da variante amazonense do coronavírus, que já chegou a São Paulo e a pelo menos oito países, fez com que Portugal suspendesse os voos entre o país e o Brasil.

Aliás... Após a Moderna, as parceiras Pfizer e BioNTech anunciaram doses de reforço de suas vacinas para dar conta das novas variantes do vírus.




Com a eleição para as presidências no Congresso marcada para segunda-feira, os ânimos vão se exaltando. O atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acusou o Palácio do Planalto de prometer R$ 20 bilhões em emendas parlamentares em troca de votos para seu candidato, Arthur Lira (PP-AL). Além do derretimento de seu candidato, Baleia Rossi (MDB-SP), Maia tem de lidar com a debandada do próprio partido em direção a Lira, o que o colocou em conflito com ACM Neto, presidente da legenda e ex-prefeito de Salvador. (Globo)

Somente oito dos 29 deputados do DEM declararam apoio a Baleia, enquanto outros oito estão fechados com Lira. A grande questão é que a votação é secreta. Sozinho na cabine, um deputado dá pouca ou nenhuma atenção aos acordos de partidos. (Estadão)

Lira e o candidato governista no Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), marcaram posição dizendo serem contra CPIs para investigar falhas na gestão da pandemia e distribuição de fake news, esta já em funcionamento. (Estadão)

Já o presidente Jair Bolsonaro se reuniu para um café da manhã com parlamentares do PSL, partido pelo qual se elegeu e depois deixou. Ele confirmou que foi uma reunião política e disse que pretende, sim, “participar e influir” na eleição para a presidência da Câmara. (Globo)

Meio em vídeo. O #MeioExplica desta semana não é só sobre quem deve levar a disputa no Congresso, mas sobre o que está em jogo nesta eleição e por que alguns partidos, como o PSOL e o Novo, decidiram lançar candidaturas próprias, mesmo sem chances de ganhar. Confira no Youtube.




Enquanto isso, em Brasília, o vice-presidente Hamilton Mourão foi o primeiro, no governo, a sugerir que o chanceler Ernesto Araújo deveria ser demitido. “O entorno do vice enxergou movimento dele para marcar posição e mostrar, claramente, que Mourão, em alguns casos, discorda de Jair Bolsonaro”, observa Alberto Bombig. (Estadão)

Tales Faria: “Bolsonaro e seus auxiliares no Planalto já estão de orelha em pé. Mourão revelou à CNN que está sentindo falta de diálogo com Bolsonaro. Articuladores políticos do presidente acham que está na hora de Bolsonaro tomar muito cuidado com seu vice. Têm aconselhado o chefe a dar um passo atrás, refazer a relação que já tiveram, razoavelmente cordial.” (UOL)

Helena Chagas: “Nos códigos não escritos do poder, uma das recomendações a quem deseja saber se um presidente da República passou a ter chances de ser ejetado do cargo é observar o seu vice. Mourão anda esbanjando saúde, entrevistas e declarações diárias na porta do anexo do Planalto onde fica seu gabinete. Pautado pelos jornalistas, fala sobre o assunto do dia, quase sempre emitindo opiniões equilibradas. Apresenta-se como o sujeito normal, conciliador, com posições sensatas. Nas entrelinhas: estou aqui à disposição, e não sou maluco — ao contrário de vocês sabem quem. Como fazem todos os vices nessas ocasiões, e como fez o vice de Dilma, Hamilton Mourão preferiu se dizer contra o impeachment. Acredite quem quiser.” (Veja)




Jair Bolsonaro reagiu com fúria e grosseria à divulgação de gastos com alimentos pelo Executivo em 2020. “Esse leite condensado é pra enfiar no rabo da imprensa”, disse ele, em almoço com cantores sertanejos e políticos, referindo-se ao gasto de R$ 15,6 milhões com o produto no ano passado. No mesmo evento ele insinuou que a pandemia “pode ter sido fabricada” e desdenhou dos pedidos de impeachment. (UOL)

E o site Portal da Transparência, onde estão as informações sobre gastos e fornecedores do governo, voltou ao ar.




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