Maior bancada na Câmara, com 52 integrantes, o PT formalizou o apoio ao deputado Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Casa. Ligado ao atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rossi vai enfrentar o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), que conta com o apoio explícito do Palácio do Planalto. Alguns petistas pretendiam lançar um candidato próprio e só apoiar Rossi num eventual segundo turno, mas acabou prevalecendo a tese de união contra o bolsonarismo. Dos partidos de oposição, somente o PSOL não declarou apoio ao emedebista. Pelas contas do grupo de Maia, seu bloco tem 280 votos para Rossi, enquanto o grupo de apoio a Lira teria 175. São necessários 256 votos para a conquista da presidência, mas vale lembrar que a votação, marcada para 1º de fevereiro, é secreta, o que abre espaço para traições de lado a lado. No próprio PT, por exemplo, apenas 27 dos 52 deputados votaram a favor do apoio a Rossi.
Painel: “Há significados no placar apertado da votação da bancada do PT em Baleia Rossi (MDB-SP) nesta segunda, mas nenhum deles tem a ver com a preferência pelo rival, Arthur Lira (PP-AL). Petistas que foram contra a adesão dizem que dificilmente haverá votos no governista, mas se queixam que faltou negociação. Afinal, a promessa de espaço na Mesa Diretora seria apenas respeito à proporcionalidade dos partidos e, em troca, a sigla deu chance a Baleia de tentar levar no 1º turno.” (Folha)
Aliás... Embora tenha sido inocentado sumariamente pela Justiça alagoana por um suposto esquema de “rachadinhas” quando era deputado estadual, Arthur Lira está sendo cobrado pela Receita Federal em função de uma multa de R$ 1,9 milhão devido a movimentações suspeitas e não declaradas no mesmo período. (Estadão)
As eleições de segundo turno para o Senado que ocorrem hoje, no estado americano da Geórgia, vão definir os primeiros anos do governo Joe Biden. Em uma das disputas, o reverendo Raphael Warnock, sucessor de Martin Luther King no púlpito da célebre Ebenezer Baptist Church de Atlanta, tenta tirar de sua cadeira a trumpista Kelly Loeffler. Na outra, o jovem documentarista Jon Ossoff, de apenas 33 anos, tenta a vaga de David Perdue, irmão do ministro da Agricultura de Trump. Se os democratas ganharem as duas corridas, terão maioria nas duas casas do Congresso, e Biden governará sem precisar negociar com os adversários. As pesquisas — que, no estado, acertaram o resultado da eleição presidencial — indicam vantagem democrata dentro da margem de erro. A não ser que o resultado seja muito apertado, os vencedores devem estar claros ainda esta noite. Há receio, entre muitos republicanos, de que as acusações feitas pelo presidente de que as eleições na Geórgia foram fraudadas inibam parte dos eleitores do partido de irem às urnas. (New York Times)
Meio em vídeo. Se você é brasileiro, devia se preocupar com o que Donald Trump está fazendo nos Estados Unidos. É uma tentativa de golpe de Estado. De mudar o resultado da eleição à força e contra a lei. O que isso tem a ver com o Brasil? No Ponto de Partida desta semana, o editor Pedro Doria explica. Assista no Youtube.
Aliás... A 15 dias de perder o emprego, o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, usou o Twitter para rasgar elogios ao colega brasileiro Ernesto Araújo, que respondeu ao mimo no mesmo tom. Foi a senha para que pipocassem comentários ferinos na Internet. (Poder 360)
Julian Assange, fundador do Wikileaks não será, pelo menos por enquanto, extraditado para os Estados Unidos, onde responde a acusações de espionagem. A juíza Vanessa Baraitser, da corte penal de Londres, considerou que há grande risco de Assange cometer suicídio caso seja entregue à Justiça americana. Os processos contra ele começaram em 2010, após o Wikileaks publicar centenas de milhares de documentos confidenciais militares e diplomáticos de Washington. Se for julgado e condenado nos EUA, o australiano pode receber uma pena de até 175 anos de prisão. O governo americano já avisou que vai recorrer da decisão.
E por falar... O ano em que o Wikileaks mudou o mundo está no ar. É uma série, assim como na TV. Mas em newsletter. Quem assina, gratuitamente, recebe um episódio por semana. Nela, a codiretora da Agência Pública, Natalia Viana, única jornalista brasileira a trabalhar diretamente com o Wikileaks, conta a história deste vazamento que sacudiu os alicerces do governo americano e da diplomacia mundial, em parceria com o Meio. Todas as segundas. Assine.
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