segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Maioria dos americanos quer Trump fora já

 


O Partido Democrata pode apresentar ainda hoje, na Câmara, um novo pedido de impeachment contra o presidente americano Donald Trump. O processo está em compasso com o desejo da maioria da população. Após Donald Trump insuflar uma turba a invadir o Congresso para impedir a homologação da vitória de Joe Biden, 56% dos americanos querem sua saída imediata do poder. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita pela ABC e pelo Instituto Ipsos. A permanência do presidente tem apoio de 43%. Quando Richard Nixon renunciou, em 1974, somente 40% dos americanos queriam sua saída. (CNN)

Há outros dois caminhos. O vice-presidente Mike Pence, se contar com o apoio de metade dos ministros, pode fazer uso dos poderes da 25ª Emenda e iniciar um processo de destituição por incapacidade. No programa dominical Meet the Press, da NBC, se levantou a possibilidade de uma renúncia a partir de um acordo similar ao feito com Richard Nixon. Pence assumiria a presidência por alguns dias e concederia a Trump perdão presidencial, evitando que seja processado após deixar a Casa Branca. (NBC)

Mais de 90 pessoas foram presas desde quinta-feira por envolvimento no ataque à sede do Legislativo.

Após a invasão do Capitólio, as Big Techs começaram a agir contra a incitação de violência política. Suspenso temporariamente do Facebook e do Instagram, o presidente Donald Trump foi banido em definitivo do Twitter. Ele ainda tentou usar os perfis oficiais da Casa Branca, mas a manobra foi identificada e as postagens apagadas. Outro alvo foi o Parler, uma espécie de Twitter da extrema-direita. Primeiro Google (Android) e Apple (iPhone) baniram o aplicativo de suas lojas online alegando falta de regras claras contra discurso de ódio. E ontem a Amazon excluiu o Parler de seu sistema de hospedagem. A menos que consiga novos servidores, o site sairá do ar.

Para ler com calma. O historiador de Yale Timothy Snyder, que por se especializar em Leste Europeu tornou-se também um respeitado conhecedor de tiranias, é autor de um ensaio excepcional sobre este fim de governo Trump que a revista dominical do New York Times publicou, ontem. Os paralelos com o momento do Brasil não são poucos. Trecho:

Timothy Snyder: “Pós-verdade é pré-fascismo, e Trump foi nosso presidente pós-verdade. Quando desistimos da verdade, damos poder àqueles com dinheiro e carisma que criam um espetáculo em seu lugar. Se não concordamos a respeito dos fatos mais básicos, cidadãos não formam uma sociedade civil que permite sua defesa. Se perdemos as instituições que produzem fatos pertinentes a nós, então nos emaranhamos em abstrações atraentes e ficções. A verdade se defende mal quando há pouco dela no entorno, e a Era Trump — como a Era Vladimir Putin, na Rússia — é uma de declínio do jornalismo local. As mídias sociais não substituem: elas superestimulam os hábitos mentais pelos quais buscamos estímulo emocional e conforto, ou seja, perdemos a distinção entre o que sentimos ser a verdade e o que de fato é a verdade.” (New York Times)




E o ministro da Justiça, André Mendonça, quer que a Polícia Federal investigue o jornalista Ruy Castro. Em sua coluna na Folha, Castro aconselhou Trump a se matar e Bolsonaro a imitá-lo.




Tramitam no Congresso dois projetos para limitar o poder de governadores sobre as polícias civis e militares, criando mandatos para seus comandantes. A justificativa é evitar ingerência política, mas especialistas temem a transformação das corporações num poder paralelo. (Estadão)

Então... O ex-prefeito carioca Cesar Maia publicou, no Twitter, um alerta sobre o presidente Jair Bolsonaro. Lembra que o golpe de 1973, no Chile, foi viabilizado quando as Forças Armadas e os carabineros — Polícia Militar do país — entraram em acordo. Maia lembrou que o presidente tem frequentado ativamente as formaturas de cadetes PMs, na construção de uma base de apoio armado. O ex-prefeito assistiu ao golpe, no Chile, pois vivia lá, no exílio. Foi onde nasceu seu filho Rodrigo, o presidente da Câmara dos Deputados.

Rodrigo Maia também se manifestou no Twitter durante o fim de semana. “Bolsonaro: 200 mil vidas perdidas até agora. Você tem culpa”, escreveu.




Sob o risco de perder os 52 deputados do PT, segunda maior bancada, na disputa pela presidência da Câmara, Baleia Rossi (MDB-SP) recorreu ontem à presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR) para reafirmar o compromisso com as exigências da legenda. O PT não abre mão da análise, não necessariamente da aprovação, dos pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro que hoje dormem na gaveta de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente e articulador da candidatura de Baleia.

Maia, aliás, está tirando de cargos comissionados funcionários indicados por Lira e por seu grupo. (Globo)




Meio em vídeo. Um dos assuntos quentes do cenário político neste início de ano é a disputa pelo comando da Câmara dos Deputados. Daqui a pouquíssimas semanas, no dia 1º de fevereiro, alguém deve ocupar a cadeira de Rodrigo Maia à frente da Casa Legislativa. Mas quem será o seu substituto? Um dos candidatos é o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), que conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. E, é sobre ele que a gente vai falar no #MeioExplica. Veja no Youtube.

Esta semana faremos um #MeioExplica sobre Baleia Rossi (MDB-SP), adversário de Lira na disputa.

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