Enquanto o mundo inteiro passa a isolar Donald Trump, o presidente brasileiro segue leal ao seu ídolo norte-americano, de quem copia sua narrativa e estratégias desde sempre. Pouco após os EUA observarem atônitos a invasão do Capitólio, na quarta-feira passada, Jair Bolsonaro se apressou para voltar a criticar o sistema eleitoral brasileiro.“Se tivermos voto eletrônico em 2022, vai ser a mesma coisa”, comentou o mandatário brasileiro, que desde a sua vitória em 2018 acusa, sem provas, o sistema eleitoral de fraude. Mas a pergunta sobre a qual analistas, partidos e políticos de oposição se debruçam é: o que fazer para impedir uma eventual tentativa de chutar o tabuleiro institucional ou mesmo ensaiar um golpe mais clássico na próxima eleição? Em entrevista ao repórter Breiller Pires o advogado Pedro Abramovay, diretor da Open Society na América Latina lembrou que a tática é antiga da cartilha bolsonarista, mas não deve ser menosprezada pelos que defendem a democracia. “Fica evidente a característica de intenção quando Bolsonaro faz esse tipo de manifestação. Ele não está só conjecturando. Estamos falando de um presidente que construiu sua vida política desacreditando a democracia.” Na reportagem que abre esta edição, analistas ouvidos pelo EL PAÍS debatem o que pode ser feito para evitar que o Brasil viva em 2022 as cenas de caos que hoje deixam perplexa a sociedade norte-americana. Nesta segunda-feira, a newsletter está recheada com boas entrevistas sobre os principais temas da atualidade: a pandemia do novo coronavírus, a crise institucional nos Estados Unidos, e a cultura do cancelamento nas redes sociais. "Por vezes, acho que a gente tem de não escutar o que o presidente Bolsonaro diz e tentar conduzir as coisas de maneira mais técnica. Se ele tivesse ouvido o Ministério da Saúde dele em outubro, talvez a gente já estivesse vacinando todo mundo e não estaríamos nesta guerra há semanas. Trabalhamos muito para chegar a um acerto. É ótimo que tenhamos chegado a essa solução. E espero, espero muito que o presidente não desfaça esse acordo desenhado com o Butantan", afirmou o presidente do Conselho Nacional de Secretários da Saúde, Carlos Lula (que não tem parentesco com o ex-presidente Lula) aos repórteres Afonso Benites e Beatriz Jucá. | ||||||||||
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