quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Trump incita ataque à democracia e revoltas semeiam caos em Washington

 


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Este 6 de janeiro de 2021 ficará escrito nos livros de história. O caos tomou conta de Washington, quando o Congresso celebrava a cerimônia que certificaria a vitória de Joe Biden na disputa pela presidência dos Estado Unidos. Milhares de seguidores do presidente Donald Trump, insuflados pelas denúncias infundadas de fraude apontadas pelo republicano, invadiram o Congresso. Os parlamentares deixaram o Capitólio às pressas e o vice-presidente Mike Pence foi removido do prédio pelo serviço secreto. Ao menos quatro pessoas morreram. Por enquanto, escreve a correspondente Amanda Mars, é impossível calcular todas as sequelas que um dia como este deixará no sistema político e na confiança dos cidadãos dos Estados Unidos. O presidente eleito Joe Biden não usou meias palavras e qualificou a invasão como "insurreição" e ataque à democracia. Tudo isso acabou ofuscando a outra grande notícia do dia, a vitória histórica dos democratas eleitos no Estado da Geórgia, que dará ao partido o controle do Senado. "Não se deve pensar apenas nos radicais que invadiram o recinto parlamentar, mas nos milhões de cidadãos que, sem chegar a esse extremo, perderam a fé na democracia por culpa das mentiras descaradas de um presidente indigno do cargo que ganhou nas urnas", afirma o EL PAÍS em editorial. Muitas horas  depois, na madrugada desta quinta-feira, o Congresso concluiu a cerimônia e confirmou a vitória de Biden.

O mundo assistiu atônito às cenas de caos no Capitólio. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, qualificou o episódio como "vergonhoso" e reforçou a necessidade de uma transição pacífica. Nações como Espanha, Alemanha e Canadá também demonstraram consternação. A posição divergente ficou por conta do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu a tese de Trump sobre fraude nas eleições. “Você sabe que eu sou ligado ao Trump. Você sabe da minha resposta. Agora, muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu falei isso um tempo atrás”, disse a apoiadores no Palácio da Alvorada.

No Brasil, a quarta-feira foi marcada por um novo recorde de mortes por covid-19 registradas em um dia. A cifra é a mais alta desde o dia 25 de agosto, quando foram registrados 1.271 óbitos em 24 horas. Às vésperas de atingir o número dramático de 200.000 mortes, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi à TV prometer que Governo comprará vacinas mesmo antes da aprovação pela Anvisa e que a vacinação pode começar ainda em janeiro. Tudo ainda vago numa tentativa de marcar posição, já que nesta quinta-feira, o Instituto Butantan, ligado ao Governo do paulista e adversário do Planalto, João Doria, deve apresentar dados técnicos sobre a Coronavac, a vacina que fabrica em parceria com um laboratório chinês Sinovac. O Banco Mundial alertou em relatório que a recuperação econômica ficará pela metade se houver atraso na vacinação.

Em sua coluna, Eliane Brum fala sobre a obra da artista Juliana Notari. Uma vagina de 33 metros de altura por 16 metros de largura e 6 metros de profundidade. A obra  abriu em vermelho a terra arrasada pelos canaviais de Pernambuco e se impôs no noticiário internacional. "Nada poderia ser mais transgressor no país dominado pelo bolsonarismo, o que diz o seu nome e o que não diz, do que essa buceta gigante", escreve.


Revoltas instigadas por Trump semeiam caos em Washington
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Simpatizantes do presidente republicano cercam o Capitólio e impedem confirmação da vitória de Biden. Vice é retirado às pressas do local
Congresso dos EUA confirma vitória de Biden horas após invasão do Capitólio
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Em comunicado, o presidente republicano se compromete com uma transição “ordeira” de poder ao final de um dia caótico que causou quatro mortes

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