quinta-feira, 22 de outubro de 2020

A pandemia mata, Bolsonaro briga com vacina

 


Menos de um dia após o Ministério da Saúde assinar um protocolo de intenções se comprometendo a adquirir 46 milhões de doses da vacina para Covid-19 que está sendo testada pelo Instituto Butantan, em São Paulo, o acordo foi desfeito. Por ordem direta do presidente Jair Bolsonaro. “O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”, ele afirmou. No Twitter, mais cedo, respondeu a um usuário. “Não compraremos a vacina da China”, determinou. Na interpretação do presidente, o governador paulista João Doria distorceu o que o ministro Eduardo Pazuello havia dito para fazer parecer que havia compromisso — mas o documento é claro. (G1)

Quem mudou de posição foi Bolsonaro. Ele foi informado no último final de semana que o ministério tinha a intenção de fazer a compra e não se opôs. Quando a reação nas redes bolsonaristas contra aquilo que batizaram ‘vacina chinesa’ ganhou volume, decidiu reverter. Combinou na manhã de ontem, com o ministro, que haveria recuo afirmando existir uma ‘interpretação equivocada’. Bolsonaro elogiou Pazuello. Segundo o presidente, Mandetta resistia a obededer orientações, enquanto o general-ministro atua de presto. (Folha)

Pois é... Carlos Bolsonaro, o Zero Dois, já havia dito ao pai que um massacre viria pelas redes, conta Guilherme Amado. Como já ocorrera quando indicou o desembargador Kassio Marques para o Supremo, via Centrão. O movimento político no STF Bolsonaro avaliou ser importante demais para reverter. O da vacina, não. (Época)

E... Carlos respondeu à nota de Guilherme. Sem querer, usando a conta do pai. (Época)

Míriam Leitão: “Em 2020, estamos morrendo, mas o presidente só pensa em 2022. É capaz de qualquer ato, o mais temerário que seja, para realizar seu plano. Ontem foi um dia em que o Brasil perdeu tempo na nova desordem criada por Jair Bolsonaro. Ele atacou a China, o governador João Doria, humilhou o general Pazuello e fez sua revolta da vacina para agradar sua milícia digital. O presidente conspira contra a saúde dos brasileiros para aplacar seus radicais. Há uma minoria muito estridente nas redes que cobra dele provas de lealdade. Abraçado a políticos com dinheiro nas cuecas, com sua família toda enrolada, o presidente não pode mesmo entregar a promessa de combate à corrupção. Então ele cria conflitos com a China, com Doria, com a vacina para provar que permanece sendo o mesmo. O Instituto Butantan é o maior fornecedor de vacina para o programa nacional de imunização e tem a confiança do país. É óbvio que será um dos fornecedores, caso a vacina desenvolvida na cooperação com a China passe bem por todo o processo da Anvisa. Bolsonaro é um atentado à saúde pública no meio de uma pandemia. E já são 155.459 os nossos mortos.”

Morreu o senador bolsonarista Arolde de Oliveira, vítima da Covid-19. Ele era crítico da política de isolamento social. (Poder 360)





Por 57 votos a 10, o Senado aprovou a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para o STF. A data da posse ainda não foi definida. (UOL)

Candidato a prefeito de São Paulo pelo Partido Novo, Filipe Sabará foi expulso da legenda. Ele afirmava estar cursando pós em Gerência de Cidades na FAAP, a instituição negou — a comissão de ética do Novo considerou a falta grave. Sabará segue na disputa eleitoral por conta de uma liminar. (G1)

Saiu nova pesquisa do Ibope em Goiânia. Maguito Vilela, do MDB, tem 28%, seguido de Vanderlan Cardoso, do PSD, com 27%. Com margem de erro de 4 pontos percentuais estão tecnicamente empatados. (Ibope)




Ocorrerá hoje o último debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos. Deve ser um embate — talvez até mais agressivo do que o primeiro, num momento em que senadores republicanos em campanha já adaptam o discurso para se afastar do presidente Donald Trump, que tem se mostrado incapaz de subir nas pesquisas. Será possível assistir no YouTube, via GloboNews, CNN Brasil e Internacional e G1. Começa às 22h.

Estrela da esquerda americana, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez abriu um novo caminho para fazer campanha e convencer jovens a votar. Estreou no Twitch — a plataforma da Amazon na qual experientes gamers jogam ao vivo enquanto são assistidos no vídeo. Jogou Among Us, um dos games mais populares do momento. Não estava sozinha — ao seu lado jogou a também parlamentar Ilhan Omar, em geral reconhecida por ser a única de hijab no Congresso americano, dois gamers conhecidos da plataforma e alguns anônimos que deram sorte de entrar. Atraiu uma audiência de 435 mil pessoas, a terceira maior já registrada. (The Verge)


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