Uma brasileira de 44 anos, Simone Barreto Silva, foi uma das vítimas fatais do atentado na Catedral de Nice, na França, na manhã de quinta-feira. Ela foi ferida a facadas pelo tunisiano Brahim Aouissaoui, de 21 anos, dentro da igreja e conseguiu buscar refúgio em um restaurante em frente, onde acabou morrendo. Segundo o Itamaraty, Simone era de Salvador, vivia na França havia 30 anos e deixou três filhos. Outras duas pessoas morreram. Segundo autoridades, o agressor, baleado pela polícia e internado em estado grave, gritou várias vezes “Allahu Akbar” (Deus é grande) durante o atentado. Investigadores dizem que Aouissaoui chegou à Europa no dia 20, num barco de imigrantes. O presidente Emmanuel Macron afirmou que a “França está sob ataque” devido a seu “apreço à liberdade” e garantiu que não vai ceder. No início do mês, ele foi criticado por “declarar guerra ao separatismo islâmico”. Duas semanas depois, o professor Samuel Paty foi decapitado em Paris à luz do dia por um muçulmano checheno após ter exibido charges de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão. As eleições americanas só acontecem na terça-feira, mas o número de votos antecipados já ultrapassou 77 milhões, quase 57% de todos os votos válidos no pleito de 2016. O voto nos EUA pode ser enviado pelo correio, depositado em postos oficiais de recolhimento ou presencialmente em locais de votação antecipada. Como a tendência é que a maioria seja para o democrata Joe Biden, o presidente republicano Donald Trump vem tentando desacreditar o sistema. A votação antecipada é um dos muitos temores da campanha de Trump, daí suas tentativas de suprimi-la, em particular na Pensilvânia. Segundo as estimativas tanto da revista The Economist quanto do site FiveThirtyEigth, a vitória ali dará ao democrata os 270 votos necessários para se eleger no Colégio Eleitoral, mesmo que perca nos demais estados ainda em disputa – e Biden tem uma vantagem de cinco pontos percentuais nas pesquisas locais. Diante da dificuldade de vencer no voto, os republicanos tentam impedir o voto em diversas frentes. Numa, querem barrar na Justiça a contagem de votos pelo correio recebidos depois do dia da eleição, mesmo que enviados antes. Em outra, estão tentando impedir que pessoas levem mais de um voto (lacrado) para os locais de votação antecipada. A lei local permite que um eleitor deposite os votos de outras pessoas, desde que com autorização por escrito. (New York Times) A quinta-feira não foi agradável para Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. Desde a noite anterior ele recebia críticas por deboche no Twitter contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o atacara na semana passada. Salles respondeu ao tuíte de Maia com a palavra “Nhonho”, o gordinho do seriado mexicano Chaves (Youtube) e ofensa comum entre bolsonaristas ao deputado. Na manhã de ontem, o ministro disse que sua conta havia sido hackeada, e que não era ele o autor da provocação. Segundo o Painel, da Folha, nem seus aliados acreditam. Salles quer que a PF investigue a suposta invasão, e sua conta no Twitter foi excluída. Nas horas que antecederam a ofensa a Maia, o ministro estava entretido num dos bares mais caros de Fernando de Noronha com seu colega do Turismo, Marcelo Antônio, empresários locais e um bom número de garrafas de vinho. (Crusoé) Para piorar o dia de Salles, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu por liminar a decisão do Conama permitindo exploração comercial em áreas de restingas e manguezais. A decisão vale até que o mérito da ação seja julgado. Em setembro, o Conama, profundamente esvaziado pelo ministro, havia suspendido três resoluções que protegiam essas áreas, abrindo caminho, por exemplo, para a construção de resorts. Francisco Leali: “Quando Abraham Weintraub deixou o Ministério da Educação e ganhou de presente uma vaga em organismo internacional nos Estados Unidos, o governo Bolsonaro pareceu ter ficado órfão da bazófia. Agora, é o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, quem aparece como protagonista de episódios de confrontação pública com autoridades. A coleção de escaramuças seria motivo para qualquer presidente da República repensar sua escolha. Mas Salles segue firme no cargo expondo sua situação à pergunta: o que o mantém no posto? O presidente preferiu não ter a pasta do Meio Ambiente como um setor a lhe pedir cautela nos ímpetos de expansão da fronteira agrícola. Salles cumpre, assim, no governo, um papel importante. E ficará ali até que o jogo político aqui e alhures mostre a Bolsonaro que pode ser mais lucrativo mudar o nome de quem cuida do MMA.” (Globo) Um “cartório institucionalizado”. Foi assim que o ministro da Economia, Paulo Guedes, classificou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) durante audiência pública (virtual) da comissão do Congresso que acompanha as medidas contra a pandemia. Numa indireta ao colega Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, Guedes acusou a federação de financiar “programa de estudo de ministro gastador, para enfraquecer ministro que quer acabar com privilégios”. No mesmo evento, ele defendeu novamente a cobrança de impostos sobre transações eletrônicas, que chama de “digitax”, para financiar a possível derrubada do veto presidencial à desoneração da folha de pagamentos, mesmo admitindo que o tributo “está morto”. A nova rodada de pesquisas do Ibope mostra uma disputa embolada por uma vaga no segundo turno em Porto Alegre e Recife e uma situação quase monótona em Belo Horizonte. Na capital gaúcha, Manuela D’Ávila (PCdoB) ampliou a liderança, passando de 24 para 27% das intenções de voto, enquanto seu adversário no segundo turno ainda está indefinido. Sebastião Melo (MDB) e Nelson Marchezan Júnior (PSDB) têm 14% cada, e José Fortunati, do PTB, está coladinho com 13%. No Recife, a tendência é de disputa familiar. João Campos (PSB) lidera com 31%, seguido de sua prima Marília Arraes (PT) com 18%. Mas Marília é ameaçada pela Delegada Patrícia (Podemos), que tem 16% (empate técnico) e também está em curva ascendente. Já os belorizontinos possivelmente vão ter o dia 29 de novembro livre. O prefeito Alexandre Kalil tem 63% das intenções de votos, mais que o suficiente para fechar a fatura no primeiro turno. Conforme prometido, o presidente Jair Bolsonaro declarou seu apoio ao prefeito Marcello Crivela (Republicanos) em sua campanha para a reeleição no Rio. Lembrou seus tempos de deputado e senador, mas curiosamente, não pediu voto para o prefeito, terminando a declaração dizendo: “Eu fico aqui com o Crivella. Não tem muita polêmica, não. Se não quiser votar nele, fica tranquilo. Não vamos criar polêmica, brigar entre nós.” (Veja) Celso Russomanno (Republicanos) em São Paulo, Bruno Engler (PRTB) em Belo Horizonte, Ivan Sartori (PSD) em Santos e Coronel Menezes (Patriota) em Manaus também ganharam apoio. (Globo) Ainda na live, Bolsonaro reafirmou que não compra a vacina patrocinada pelo adversário João Doria e disse que pretende reeditar o decreto sobre parcerias privadas nas Unidades Básicas de Saúde. (Folha) O jornalista Glenn Greenwald anunciou ontem que deixou o Intercept. “A mesma tendência à repressão, censura e homogeneidade ideológica que se tornou praga na imprensa engoliu o meio que co-fundei”, ele afirmou num fio de Twitter. Glenn acusa a versão americana do Intercept de censurar um artigo seu no qual criticava o candidato à presidência americano Joe Biden. Greenwald também destacou que suas críticas não se aplicam à versão brasileira do veículo. (Twitter) Os editores responderam. “Glenn acredita que todos que discordam dele são corruptos e que todos que editam suas palavras são censores”, registraram. “Nos acusa de tendenciosos mas era ele quem desejava reciclar as afirmações duvidosas de uma campanha política — a de Trump — e as lavar como se fossem jornalismo.” Num texto pesado, afirmam ainda que Greenwald se afastou de suas raízes jornalísticas. (Intercept) |
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