O principal líder do Centrão, deputado Arthur Lira, entrou em choque com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Há semanas Lira vem obstruindo as votações no plenário, impedindo que qualquer coisa seja aprovada. Um grupo de parlamentares se recusa a registrar presença, não dando quórum mínimo para que a sessão seja aberta e assim algo possa ser votado. Desde que existem parlamentos democráticos, a obstrução é uma ferramenta legítima da oposição para reagir ao rolo compressor da maioria. O Congresso brasileiro inovou e criou a obstrução da maioria: é a base do próprio governo que trava pautas de interesse do Executivo. Segundo Gerson Camarotti, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, telefonou ontem para Maia reclamando da dificuldade de avançar no ajuste fiscal. A resposta do deputado foi direta: “Ligou para a pessoa errada. Quem está obstruindo a pauta é a base do governo.” Os motivos para a auto-obstrução seriam a disputa pelo controle da Comissão Mista de Orçamento, que sequer foi instalada, e a sucessão na Câmara. Maia quer emplacar um aliado na CMO. Este era um acordo firmado em fevereiro por todos — o comando da CMO caberia ao DEM. Lira, por outro lado, vê nesta briga um teste de forças para ver quem tem mais votos na briga pela presidência da própria Câmara. Com uma manobra Jurídica, Rodrigo Maia pretende disputar mais um mandato. Aliados do governo já falam em uma “freada de arrumação” para apaziguar o clima no Congresso. (G1) Aliás... O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, respondeu só ontem à crítica feita por Maia no fim de semana via Twitter. O deputado havia defendido o ministro-general Luiz Eduardo Ramos na briga entre os dois. Ontem, Salles limitou-se a escrever também via Twitter: “Nhonho”. É um dos apelidos dados pelos inimigos de Maia. (UOL) Pois é... Maia e Ramos, conta Bela Megale, também têm apelido para Salles. Maria Veneno. (Globo) A briga entre Salles e Ramos não é a única a mexer com os militares. Está dividido o generalato brasileiro a respeito do governo Jair Bolsonaro — o artigo pesadamente crítico ao presidente publicado pelo ex-porta-voz, general Otávio Rêgo Barros, é o indício. Alguns, generais do Planalto, se queixaram do texto. Viram nele deslealdade e até mesmo vaidade de Rêgo Barros, conta Bela Megale. Mas o artigo reflete a opinião de muita gente. (Globo) Merval Pereira: “A maioria da ala militar pensa igual a ele. Alguns ficam constrangidos, mas são amigos do presidente; outros acham que, apesar de tudo, vale a pena ficar no governo e outros têm interesses para permanecer no poder e ganhar um adendo salarial. Mas o desabafo de Rego Barros não é normal, e tem repercussão dentro do exército. Para uma ala militar, que tem certos pudores e constrangimentos diante de atitudes do presidente, há um limite e se Bolsonaro não passou dele, está chegando perto. É um sinal de que as coisas não estão tão calmas quanto o presidente finge que estão. Temos também o caso do ministro da saúde, general Pazuello, completamente desmoralizado por Bolsonaro, e de Luiz Eduardo Ramos, que ameaçou sair da Secretaria de Governo caso Ricardo Salles não pedisse desculpas. Os fatos vão se acumulando. Militares devem estar sentindo que estão sendo usados e manipulados pelo presidente, que se cercou deles para dizer que o exército o apoia, mas não respeita seus generais.” (Globo) Não bastasse... Teve repercussão muito negativa um decreto elaborado pelo Ministério da Economia que permitia conceder à iniciativa privada a administração de Unidades Básicas de Saúde. E o governo recuou. Políticos de oposição diziam que a medida, que não teve aval do Ministério da Saúde, poderia levar à privatização do SUS. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) também reagiu contrariamente, enquanto a hashtag #defendaosus deu o tom da revolta nas redes, que envolveu anônimos e celebridades. Pela manhã, a Secretaria-Geral da Presidência tentou numa nota minimizar o impacto da medida. Mas não houve jeito. Mesmo dizendo que a privatização do SUS era “falsa”, Bolsonaro anunciou no Facebook a revogação do decreto. (Poder 360) Em busca de um acordo de delação premiada, o hacker Thiago Eliezer dos Santos, acusado de invadir os celulares do ex-ministro Sérgio Moro e de integrantes da força tarefa da Lava-Jato, disse à PF ter gravações de conversas do grupo que ainda não vieram a público. Ele diz que não participou da invasão, apenas orientou Walter Delgatti Neto sobre como fazê-lo. Outra novidade é que Eliezer teria apontado outros participantes e até mesmo mandantes do crime, embora afirme que somente Delgatti tinha contato com eles. (Globo) Por intermédio do governador cearense Camilo Santana, o ex-presidente Lula e o candidato pedetista à presidência Ciro Gomes fizeram as pazes em uma conversa. Estavam brigados desde a eleição de 2018. Passaram boa parte de uma tarde em setembro conversando. Primeiro das mágoas mútuas, depois diagnosticando o resultado da eleição, o governo atual, o impacto da pandemia. Não está descartada uma aproximação de PT e PDT para a eleição nacional. (Globo)
A menos de uma semana das eleições presidenciais nos EUA, a tensão racial voltou a explodir, desta vez na Filadélfia, fazendo a prefeitura decretar toque de recolher. O estopim mais uma vez foi a morte de um homem negro por policiais brancos. Walter Wallace Jr. tinha 27 anos e, segundo a família, problemas mentais. Ele portava uma faca quando foi baleado por dois agentes. O caso levou a uma nova onda de protestos, com direito a saques e prisões. Para agravar, a Filadélfia é a maior cidade da Pensilvânia, considerada um dos estados decisivos das eleições do próximo dia 3. Donald Trump culpou a prefeitura democrata e insistiu no mote de lei e ordem, enquanto Joe Biden, que nasceu na Pensilvânia mas fez carreira política em Delaware, se solidarizou com a família do morto e cobrou protestos pacíficos. |
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