A segunda onda de coronavírus mostra sua força na Europa, que registrou 1,1 milhão novos casos e cerca de 1.000 mortes diárias na última semana. Nesta quarta-feira, a França anunciou a retomada do isolamento social e a Alemanha o fechamento de bares, cinemas e teatros. Na Itália, o Governo tenta aplacar os protestos de empresários contra as restrições anunciadas no domingo. De Paris, Essen e Roma, os correspondentes do EL PAÍS relatam as medidas adotadas, uma nova tentativa de frear a transmissão da covid-19. As restrições anunciadas frustram as esperanças de uma recuperação global, o que abalou as bolsas ao redor do mundo. Os principais índices de Wall Street despencaram na quarta-feira. O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, fechou com tombo de 4%. Ainda sobre a pandemia, leia reportagem gráfica especial sobre o parâmetro K, um índice criado pelos cientistas que tenta explicar as formas e locais mais propícios aos contágios, permitindo uma ação mais cirúrgica dos Estados. Às vésperas das eleições norte-americanas, a rejeição a Trump tem levado até mesmo republicanos a apoiarem o democrata Joe Biden. O correspondente Pablo Ximénez de Sandoval foi até Phoenix, de onde conta a relação contraditória que o Arizona, um Estado tradicionalmente republicano, teve com o fenômeno Trump. Na Costa Leste, Nova York sofre com a pobreza derivada da covid-19. Nos sete meses de pandemia, a procura por doações nos bancos de alimentos aumentou 36% com relação ao ano anterior. Cerca de 1,5 milhão de nova-iorquinos depende da distribuição de comida para sobreviver, como descreve a correspondente María Antonia Sanchéz-Vallejo. Com a proximidade das eleições municipais no Brasil, o repórter Breiller Pires analisa o cenário político e revela que, neste ano, a disputa na maior parte das capitais parece ir até o segundo turno. Apenas seis cidades apontam para a decisão ainda no dia 15 de novembro. Alexandre Kalil, o ex-outsider político de Belo Horizonte, encabeça lista de favoritos para vencer na primeira votação. Célebre por atacar a “velha política”, o prefeito tenta reeleição com estratégia típica do establishment e se soma a outras capitais onde os líderes atuais ostentam amplas vantagens. Ainda nesta edição, mais uma história da repressão da ditadura militar volta à tona, desta vez no cais do Porto de Santos. Vítimas cobram a responsabilização dos administradores do terminal, que agora está nas mãos da estatal Codesp, na esteira do acordo recém-assinado pela Volkswagen, a primeira empresa a aceitar pagar reparação por ter colaborado com a repressão dos militares no Brasil. Eduardo Reina reconta o clima de terror das forças militares, que utilizavam até mesmo um navio-prisão. “Esse navio havia servido de prisão já em 1924. Resolveram usar de novo. Mas não tinha as mínimas condições. Jogaram muito BHC [agrotóxico de alta periculosidade ], inseticidas e raticidas no porão. O mal cheiro era horrível. O calor infernal”, conta o ex-prisioneiro Darcy Rodrigues.
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