A indicação de Kassio Nunes para o STF, na última semana, mostrou que a prioridade de Bolsonaro é dar sequência às trocas de afagos, interesses e cargos que sempre moveram as engrenagens do Centrão, garantindo apoios para se manter no poder após 2022. O encontro no último sábado na casa do ministro do STF Dias Toffoli só deixou mais claro o acordão entre os três poderes orquestrado por Bolsonaro para salvar a si próprio e aos filhos. Enquanto o governo trabalha pela sua manutenção no poder, a mídia patrocinada segue apoiando e pressionando pelas reformas Tributária e Administrativa — nos moldes de Paulo Guedes e praticamente sem ressalvas. O acordão de Bolsonaro parece não incomodar, contanto que as reformas andem e o presidente fale pouco. As grandes redações e seus financiadores também têm suas “boiadas” para passar. No Intercept, podemos dizer com orgulho que assistimos a esse espetáculo de toma lá dá cá e de avanço neoliberal de fora — mas não de longe. Sem patrocinadores, sem acordos com empresas, bancos e indústrias, que permeiam tanto as bancadas do Congresso quanto as dos grandes jornais, temos independência para questionar e investigar. Não queremos um Bolsonaro "domado" que abra caminho para reformas que beneficiam os ricos e poderosos e precarizam ainda mais a vida do trabalhador brasileiro. Queremos Bolsonaro investigado e que as reformas de que o Brasil precisa sejam debatidas, analisadas e discutidas com a sociedade. Aqui não tem "boiada": tem jornalismo realmente independente, profundamente corajoso e muito, muito comprometido com direitos e o interesse público. O preço dessa independência é ter menos recursos para investir em novas contratações para a equipe, em infraestrutura e em profissionais freelancers. É aí que entra nosso maior segredo: o Intercept só existe porque milhares de pessoas fazem esse trabalho acontecer! Estamos muito longe da receita de anúncios que a mídia patrocinada tem. O que nós arrecadamos não paga nem uma mínima fração do que os grandes empresários escoam para as redações em busca de apoio disfarçado de jornalismo. Não temos apoio do governo. Não rodamos anúncios ou "conteúdo patrocinado" como você certamente vê aos montes em outros sites. Porque o Intercept não aceita grana que vem em forma de quid pro quo. Essa galera que nos prejudica, que deve ser investigada, que é inimiga da democracia. Eles não usam sua grana para nos pagar: usam para nos processar! E é assim que nós gostamos!
Um abraço,
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