O presidente americano Donald Trump chega ao quarto dia internado no Centro Médico Walter Reed em meio a informações contraditórias. Seu médico, o oficial de Marinha Sean Conley, afirma que o presidente está em plena recuperação e havia chances de que voltasse para a Casa Branca ainda hoje. Os remédios dados a Trump, porém, sugerem uma história distinta. Entre as várias drogas ministradas a ele está dexametasona, um esteroide forte usado para evitar que o sistema imune atue de forma a piorar a situação. Por conta de seus muitos efeitos colaterais, que incluem mudanças bruscas de humor e confusão mental, só é recomendado para casos graves de Covid-19. Seria, de acordo com alguns médicos, um indício de que as dificuldades respiratórias de Trump são sérias. (Stat) Ele também usou um coquetel de anticorpos e um antiviral que foi projetado para tratar vírus respiratórios comuns e hepatite, o remdesivir. Trump não tomou cloroquina. (O Globo) Enquanto Conley pintava um quadro favorável, o chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows, falou a repórteres, no sábado, que o quadro era de cautela e que os dois dias seguintes seriam importantíssimos. (Politico) Há uma ação publicitária forte para transmitir tranquilidade. No domingo, fotografias do presidente trabalhando foram publicadas. Em uma ele está de paletó e, noutra, só de camisa, em outra mesa. Parecem capturadas em momentos distintos do dia. Mas os dados da imagem indicam que foram tiradas com dez minutos de diferença. (Vox) Também um vídeo distribuído no sábado, analistas perceberam, foi editado para retirar os instantes de tosse. (Washington Post) Pois é... Trump, ontem, deu um passeio numa SUV blindada, na área próxima do hospital, para acenar aos eleitores. Está sendo criticado inclusive por médicos do Walter Reed. O passeio num veículo blindado até para ataques químicos expôs seriamente os agentes do Serviço Secreto que o acompanhavam à infecção. (CNN) Duas pesquisas realizadas após o debate presidencial mostram que Joe Biden aumentou sua distância em relação a Trump. A Reuters/Ipsos indica 51% contra 41% do presidente. A da NBC News com Wall Street Journal os põe em 53% contra 39%. (Axios) O presidente Jair Bolsonaro levou seu candidato ao Supremo, Kassio Nunes, a um encontro na casa do ministro Dias Toffoli que também contava com a presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Durante a conversa, o presidente se queixou de que quando Toffoli presidia a Corte, o diálogo era mais fácil do que agora, com Luiz Fux no comando. (CNN Brasil) Vera Magalhães: “O presidente quer na Corte alguém que alivie os múltiplos inquéritos a que ele, filhos e aliados respondem pelas inúmeras vezes em que atentaram contra instituições, divisão de Poderes, a Constituição, o pacto federativo, o princípio da moralidade e da impessoalidade e sabe-se-lá mais quantos artigos da Constituição. Para livrar a si e aos filhos, Bolsonaro talvez esteja disposto a concordar em melar toda a Lava Jato e limpar a barra até do arquiinimigo Lula. Pois é, bolsominions, a realidade da política é dura. Pois não estão na mesma investigação, agora paralisada por Gilmar Mendes, o advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, e o de Lula, Cristiano Zanin? Deve ter dado curto-circuito em muito robô.” (BR Político) Fernando Henrique Cardoso: “Governar é escolher. O problema é que o presidente não quer arcar com o custo das escolhas possíveis. Melhor seria arcar com a perda de popularidade no momento, desde que mais adiante se veja o céu menos carregado. Para isso é preciso ser líder, de corpo e alma. Não basta pensar que se é mito”. (El País) |
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