O presidente Jair Bolsonaro desautorizou a intenção de compra pelo Ministério da Saúde da vacina chinesa que, no Brasil, está em testes coordenados pelo Governo de João Doria, seu adversário político, em São Paulo. A reportagem de Beatriz Jucá explica por que esse duelo político tem consequências concretas em uma estratégia já errática de combate à pandemia. A desconfiança do presidente gera uma nova crise, rouba um palco que deveria ser apenas do debate sobre a eficácia e os riscos do imunizante e, para piorar, fomenta os grupos antivacina. Especialistas lamentam que, com este caos, o Brasil desperdice a experiência do SUS em vacinação, uma competência reconhecida mundialmente. “A gente perde muito com essa ação descoordenada. Estudos já apontam que é a combinação de várias vacinas que deverá garantir a imunização maior da população”, explica a doutora em Saúde Pública e professora da FGV, Elize Massard da Fonseca. Em Brasília, o dia foi de confirmação, pelo Senado, de Kassio Nunes Marques, ao Supremo Tribunal Federal. Afonso Benites conta como a sabatina do primeiro nome indicado por Bolsonaro à Corte aconteceu em clima cordial, ignorando constrangimentos. O magistrado disse não saber o que sua mulher faz no cargo de assessora de um senador do Centrão, grupo que apoiou sua indicação. Católico, Marques fez questão de acenar aos religiosos rezando um salmo, abusou das respostas opacas e deixou nas entrelinhas sua crítica à Lava Jato. Disse também que, de momento, não parece disposto a apoiar uma mudança na legislação do aborto. Veio de Roma uma inesperada guinada do dia. O papa Francisco surpreendeu o mundo ao defender a necessidade da criação de leis que protejam a união de pessoas do mesmo sexo. "Os homossexuais são filhos de Deus e têm direito a uma família”, declarou o Papa em um documentário lançado nesta quarta-feira, conta o correspondente em Roma, Daniel Verdú. Já nos Estados Unidos, a discussão sobre o direito ao aborto divide Estados e opiniões. A correspondente Amanda Mars foi até a fronteira entre Missouri e Illinois e mostra como um rio separa duas realidades no acesso ao aborto e escancara a divisão do país entre conservadores e progressistas. A reportagem é parte da série Estados Desunidos da América, uma viagem pela polarização política norte-americana antes das eleições de 3 de novembro. | |||||||||
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